domingo, 29 de maio de 2011

Capítulo 2 - Fia-te na virgem e não corras!

Joana permanecia junto de Eduardo, e a conversa fluía naturalmente.
- Mas esses dois são sempre assim? - perguntou Joana rindo-se da picadaria de Vasco e Daniela.
- Desde que se viram pela primeira vez. Nem sabes o que eu aturo... - disse rindo-se também.
- Olha que eu faço uma pequena ideia...
Eduardo riu-se e perguntou-lhe de seguida:
- Então e tu o que fazias em Paris?
- Nada. Simplesmente estudava e passava o resto do dia em casa. Paris é uma cidade linda, mas definitivamente aquilo não é para mim. - desabafou soltando um leve suspiro.
- E o que mais gostas de fazer? - perguntou mudando de assunto.
- Amo dançar! - sorriu - E tu?
- Gosto de andar de mota... Gosto de praia, gosto de calor, e sobretudo gosto de férias! - disse com um grande sorriso o que deixou Joana enternecida.
- A sério? Tens uma mota? - perguntou-lhe ligeiramente estupefacta.
- Sim... Não gostas?
- Não sei, nunca andei... Mas confesso que aquilo me dá um bocadinho de medo.
- Então anda dar uma volta comigo para perderes o medo! - sugeriu Dudu, com a expectativa de ficar mais tempo a sós com Joana.
- Não... É melhor não. - recusou meio a medo.
- Anda lá. Eu sou um bom condutor! - insistiu Eduardo.
- Não duvido mas... - interrompeu-lhe.
- Mas nada! - levantou-se num ápice da toalha onde estava sentado - Anda comigo. - esticou-lhe a mão para que ela se levantasse também.
Joana deu-lhe a mão e murmurou a medo:
- Dudu...
- Prometo que não vou depressa!
- Está bem. - consentiu convencida.
Eduardo sorriu, agarrou na sua camisola que estava ao lado da sua toalha e vestiu-a rapidamente. 
- Onde é que vocês vão? - perguntou Daniela intrigada.
- Mesmo cusca, tu. - provocou-a Vasco.
- Cala-te, idiota. - olhou para ele com um ar furioso - Mas digam lá onde é que vocês vão? - perguntou voltando-se novamente para Dudu e Joana.
- Vamos dar uma volta de mota. - informou Juca.
- Tomem lá conta das nossas coisas, que nós não demoramos muito. - pediu Eduardo.
- Sim claro, como queiras. Xau, mano. - despediu-se Vasco descontraidamente voltando-se a deitar na toalha como se nada fosse.
- Tu és tão otário... - desabafou Daniela para Vasco - Vão lá e divirtam-se!
- Até já! - despediram-se e Dudu e Joana seguiram o caminho até ao estacionamento onde se encontrava a mota dele.
- Gosto da tua mota! - confessou Juca reparando em cada detalhe.
- É a minha princesa. - disse orgulhoso.
Juca e Eduardo olharam-se intensamente até que ela pôs fim à troca de olhares.
- Então vamos dar uma volta na tua princesa? - perguntou atrapalhada.
- Claro que sim, mas com cuidado que ela não se pode magoar. - disse em tom de brincadeira, rindo-se de seguida e Joana acompanhou-o.
Eduardo retirou os dois capacetes que estavam guardados debaixo do banco e deu um a Joana e colocou o outro. Sentaram-se os dois na mota e Joana tremeu.
- Agarra-te a mim. - pediu Eduardo percebendo que Juca estava nervosa.
Joana agarrou-o pela cintura, sentindo o aroma do perfume de Dudu, e o toque dela fez-lhe estremecer. Eduardo pôs a chave na ignição, rodou-a e seguiram caminho para um destino incerto.
Entretanto Daniela e Vasco permaneciam na praia com as suas habituais picadarias. Vasco olhava-a atentamente, decorando cada contorno do seu corpo. A verdade é que Vasco achava-a realmente bonita e adorava o seu jeitinho de menina crescida, mas nunca o admitira pois eles jamais se deram bem o suficiente para isso. Daniela ao sentir-se observada por Vasco virou-se imediatamente para ele.
- Precisas de alguma coisa? - perguntou-lhe com um ar antipático.
- Eu não, mas tu precisas de um bronze! - afirmou provocando-a, rindo-se de seguida.
- E tu precisas de crescer um bocadinho e de deixares de ser criança! - disse Daniela amuada.
Vasco preparava-se para lhe responder quando um conhecido de ambos chega e cumprimenta-a, o que deixa Vasco irritado.
- Olá Dani! - deu-lhe dois beijos no rosto.
- Olá! - retribuiu sorrindo.
- Então 'tá tudo bem?
- Estava melhor se aquele idiota não estivesse aqui. - respondeu-lhe olhando para Vasco.
- Podes-te sempre ir embora... - disse chateado.
- Desaparece! - retorquiu Daniela.
- E tu não me chateies!
Daniela virou-se novamente para Martim.
- Os ânimos aqui estão bem exaltados... - desabafou Martim achando uma certa piada à situação.
Vasco levantou-se e caminhou para junto do mar.
- Vasco! Onde vais, meu? - perguntou Martim intrigado.
- Vou dar um mergulho. - respondeu Vasco arrogante.
- Já vais. Quero falar com vocês.
Vasco voltou contrariado mas queria saber o que Martim queria falar com ele.
- O que é que queres? - questionou Vasco sentando-se novamente na sua toalha.
- É assim: hoje à noite vai ter festa lá na Dock's, apareçam! - convidou-os sorrindo.
- Talvez apareça por lá. - disse Vasco com o mesmo tom arrogante.
- E tu vais, linda? - perguntou Martim a Daniela.
- Se tu me deixares levar uma amiga, eu vou! - disse Daniela a sorrir.
- Desde que tu vás podes levar quem quiseres. - Martim acariciou-a levemente o rosto, o que deixou Vasco ainda mais irritado.
Vasco não percebia porque ficava daquela maneira ao ver Daniela com Martim. O facto é que notava-se que Martim estava interessado nela e isso deixava-o muito chateado. 
- Então eu vou. - sorriu Daniela.
- Eu vou ficar à tua espera!
- Podes ficar! - sorriu.
- Então vemo-nos por lá, é que agora tenho de ir ter com um pessoal ali. - informou despedindo-se.
- Ok, xau. - Daniela
- Tu vais mesmo à festa? - perguntou-lhe Vasco intrigado.
- Vou, porquê? Tens algum problema?
- Não, nenhum. - levantou-se novamente da toalha e caminhou o mais rápido possível para o mar, deixando Daniela sozinha.


***


Eduardo estacionou a mota e desceram ambos dela, depois de um longo passeio por uma pequena parte de Lisboa.
- Então gostaste de andar na minha menina? - perguntou-lhe Eduardo com o seu tão característico sorriso nos lábios.
- Adorei! Foi fantástico! - Juca deu-lhe um abraço apertado ao qual ele retribuiu, agarrando-a na cintura e elevando-a poucos centrímetros do chão.
- Podemos repetir sempre que tu quiseres! - soltaram-se do abraço, e ficaram frente-a-frente olhando-se intensamente, durante longos segundos.
- É melhor nós... Eles já devem estar... Vamos! - disse Joana gaguejando um pouco embaraçada com a situação.
- Sim, é melhor. Deixar aqueles dois sozinhos pode ser perigoso. - brincou Dudu para quebrar o ambiente constrangedor que se instalou.
Dirigiram-se até ao sítio onde estavam anteriormente, e só Daniela é que se encontrava lá.
- Olá! - cumprimentaram em uníssono sorrindo.
- Até que enfim. Nunca mais vinham...
- O Vasco? - perguntou Eduardo ao aperceber-se da ausência do seu irmão.
- Não sei. Foi dar um mergulho à bocado e ainda não voltou. Deve-se ter afogado. - brincou Daniela.
Vasco entretanto chegara e ouviu o que Daniela tinha dito, e para não perder a oportunidade, provocou-a:
- Isso são tudo saudades?
- Não, por acaso é mesmo o que eu queria que acontecesse. - fingiu-se desiludida, e Joana e Dudu riram-se levemente.
- Pois, mas eu sei que se eu me estivesse a afogar tu serias a primeira a salvar-me!
- Fia-te na virgem e não corras!
- Vocês não vão começar, pois não? - perguntou Juca, para evitar confusões.
- Não, eu nem vou mais perder o meu tempo com ele. - afirmou Daniela soltando um suspiro - Ah malta, hoje à noite vai haver festa lá na Dock's. Querem ir? 
- O que é isso? - questionou Juca confusa.
- É a discoteca onde a malta pára. - respondeu Eduardo sorrindo.
- Então vamos lá?
- Por mim tudo bem. - disse Joana entusiasmada.
- E tu Vasco, vens? - perguntou Dudu.
- Sim, e aproveito e apresento-vos a minha nova namorada.
Daniela fica um pouco chocada com a revelação, e sem saber muito bem o motivo pergunta-lhe chateada:
- Namorada de há um dia, né?
- Por acaso é de há 20 minutos atrás! - informou Vasco provocador.
- Tu não tens imenda. - repreendeu-o Eduardo.
- Encontramo-nos lá, malta. - afirmou Vasco rindo-se.
Ficaram mais algum tempo na praia, mas Daniela ficara um pouco desiludida por saber que Vasco tinha uma "nova" namorada. Desde que o conhecera nunca o viu com a mesma rapariga dois dias seguidos, e isso incomodava-a bastante. 
Juca e Eduardo conversavam animadamente. Algo crescia entre eles os dois, mas nenhum deles percebia. A tarde continuou até que cada um foi para sua casa, sem imaginar o que a noite lhes esperava.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Capítulo 1 - Farta dele...

Daniela estava no aeroporto perto da porta de desembarque completamente impaciente. Estava à espera de Joana, a sua menina, e já estava a morrer de saudades dela. Percebia-se perfeitamente que ela estava nervosa, visto que não conseguia parar por um segundo, pois já não via Joana há quase um ano e sentia muito a sua falta. Para Daniela, Joana era como uma irmã, e desde que a mãe de Joana morreu sentiu ainda mais a necessidade de cuidar dela visto que ficou mais frágil e triste. Joana estava a vir de Paris pois quando a sua mãe morreu ela foi viver com o seu pai, mas não gostava nada, pois dizia que era aborrecido e não tinha lá amigos, e o pai passava a vida a trabalhar. Depois de Daniela convencer os seus pais a deixá-la morar na sua casa, falaram com o pai de Joana e ele não exitou pois sabia que a sua filha não estava feliz com ele. Ficou mais de meia hora à sua espera, definitivamente o avião estava atrasado. Assim que Daniela viu Joana sair pela porta de desembarque, foram as duas a correr ao encontro uma da outra.
- Juca, que saudades! - cumprimentou Daniela abraçando-a com força.
- E eu tuas!
- Estás tão linda! - elogiou Daniela, soltando-se do abraço esboçando as duas um sorriso de orelha a orelha.
- Tu então. Fogo, estás toda boa! - brincou Joana.
- Que saudades que eu tinha da tua parvoíce. - riram-se as duas e pegaram nas malas que Joana trazia e caminharam para junto do carro de Daniela.
- 'Tou tão feliz, Dani! Finalmente saí daquele inferno. Já não estava mesmo a aguentar... Passava a vida enfiada em casa, não tens noção! Agora contigo é que vai ser! - disse Joana bastante animada.
- Pois vai. Vai ser só festa, pequenina. E este verão vai ser o melhor da tua vida! - assegurou Daniela enquanto abria o porta malas e guardavam as malas dentro, e seguidamente cada uma seguiu o lado oposto da outra, entrando no carro.
Sentaram-se nos bancos e trocaram um olhar cúmplice que foi seguido por gargalhadas prazerosas.
- E então como está o meu benfica? - perguntou Joana sem se esquecer do seu eterno clube.
- Ai amor, não sei. Sabes que eu não percebo nada disso. - relembrou-a torcendo o nariz.
- Pois é, desculpa lá. - riram-se - Ai... mas eu adoro o teu carro! Os teus pais são mesmo queridos! - disse Joana olhando promenorizadamente o interior do carro.
- Pois são. - confirmou Daniela orgulhosa.
- Bem, que saudades que eu tinha de Portugal. Aqui está tanto calor... - suspirou - Bora à praia? - sugeriu Joana entusiasmada.
- Sim, vamos. Também combinei com um amigo meu, por isso aproveito e apresento-te. - informou Daniela sorridente mas sempre com os olhos na estrada.
- Amigo ou namorado? - gozou Joana picando a amiga.
- Amigo! É mesmo só meu amigo. - disse convicta visto que era mesmo verdade.
- Se tu dizes. - riu-se suavemente.
- Mas primeiro temos de ir a casa deixar as tuas malas e vestir um bikini. - avisou Daniela calmamente.
- Está bem. - consentiu Joana e permaneceu o resto do caminho com a cabeça colada no vidro, concentrada no que se via lá fora.
Minutos depois chegaram à porta do prédio e Daniela estacionou o carro em segunda fila pois não havia lugares vagos e também porque não iam demorar muito tempo. Sairam ambas do carro, pegaram nas suas malas e entraram no prédio rapidamente. Subiram até ao 3º andar pelo elevador, e Daniela aproximou-se da porta, colocou a chave na fechadura e abriu-a seguidamente.
- Que saudades... - desabafou Joana num tom de voz baixo, quase imperceptível.
Daniela não lhe respondeu, entrou para dentro de casa e Joana seguiu atrás dela. Ela já conhecia os cantos às casa, por isso Daniela não precisou de lhe explicar muita coisa, e Joana rapidamente entrou no quarto de hóspedes.
- Este vai ser o teu novo quarto, por isso já sabes: faz o que quiseres! - disse Daniela encostada a uma parede, e de seguida voltou a sair do quarto deixando-a a ambientar-se.
Daniela entrou no seu quarto e abriu de imediato o armário à procura de um bikini. Vestiu-o, apanhou o cabelo e pouco depois estava pronta. Saiu novamente do quarto e foi em direcção à porta do quarto de Joana e bateu à porta.
- Posso?
- Sabes que sim. - informou Joana elevando o tom de voz.
Abriu a porta e entrou. Joana estava a acabar de vestir o calções, e então Daniela encostou-se à porta esperando que Joana ficasse pronta. Joana voltou a calçar os chinelos e virou-se para Daniela com um brilhozinho no olhar.
- Vamos? - perguntou pegando na mala.
- Sim.
Sairam rapidamente de casa e decidiram ir pelas escadas, e assim que desciam ouviram o som de uma buzina. Daniela aumentou o ritmo dos seus passos e quando chegou perto do seu carro percebeu que o dela estava à frente de outro, impedindo-o de sair. Aproximou-se da porta do carro e olhou para a sua esquerda e viu um rapaz agachado dentro do outro carro apitando sem parar.
- Ei, tenha calma! - refilou elevando o tom de voz mas ele não parou - 'Tá a ouvir? Pare lá que eu já vou tirar o carro! - elevou ainda mais o seu tom de voz e finalmente ele tirou o seu corpo de dentro do carro e virou-se completamente para ela.
Daniela percorreu com o olhar o seu corpo de alto a baixo e fixou no seu rosto, mas não conseguiu perceber de imediato quem se tratava pois tinha alguns fios de cabelo sobre a face, mas ela tinha a certeza que ele não lhe era estranho.
- Até que enfim! Não sabias pôr o carro noutro sítio? - perguntou o rapaz irritado, com ar superior desviando o cabelo da frente e aí Daniela reconheceu-o.
- Só podias ser tu! - desviou o seu olhar e depois de respirar fundo entrou no carro.
Joana já estava do outro lado do carro e assim que a viu entrar fez o mesmo. Daniela ligou o carro o mais rápido que pode e olhando apenas mais uma vez para o rapaz, seguiu o caminho para a praia.
- Quem era o giraço? - perguntou Joana rindo-se da situação.
- É o Vasco e é um idiota! Vou dar-te um conselho: não lhe dês conversa, ele é o maior mulherengo cá do sítio!
- Eu nunca dou conversa a nenhum rapaz depois do que aconteceu. Dos homens quero é distância. - relembrou-lhe demostrando a sua indiferença sobre o assunto.
- Oh amor, esquece isso. E como vai a dança? Não me digas que já perdeste o jeito!
- Achas?! Eu nunca perco o jeito. - disse com um ar convencido.
- E já sabes se vais entrar para a universidade? - perguntou rindo-se do jeitinho de criança de Joana.
- Ainda não sei. Eles vão dar a resposta no final do verão, mas espero bem conseguir a bolsa.
- Claro que vais conseguir! Tu danças como ninguém. - reconfortou-a pois tinha a certeza que ela iria conseguir visto que Joana possuía um talento enorme.
- Espero que sim. E tu estás preparada para o segundo ano da faculdade? - perguntou sorrindo e olhando para Daniela.
- Acho que sim mas também tenho o verão inteiro para me preparar como deve ser. - sorriu - Olha chegámos. - informou-a enquanto estacionava o carro no estacionamento da praia.
Sairam ambas do carro e Joana estava com um sorriso rasgado.
- Vem que eu quero-te apresentar o meu amigo! - puxou-a levemente fazendo-se a caminho.
- 'Bora lá.
Descalçaram os chinelos e dirigiram-se para a esplanada do bar da praia onde estava o seu amigo. Daniela conheceu-o alguns dias depois de Joana ter-se ido embora para Paris. Ele mudou-se para a sua rua e ficou na mesma turma que ela e desde aí criaram uma enorme amizade e cumplicidade. Ele era um rapaz espectacular, só era pena ser irmão do, como pensava Daniela, atrasado mental do Vasco. Daniela nunca tinha falado muito com ele, mas sabia o suficiente para o odiar, pois ele era convencido e mulherengo. Mesmo daquele tipo de rapaz que "come e deita fora", e ela detestava pessoas assim. Elas brincam com os sentimentos das pessoas e não se importam minimamente.
Daniela e Joana chegaram rapidamente à esplanada e ele já estava à espera delas.
- Olá gato! - cumprimentou-lhe Daniela.
- Olá meio-metro! - cumprimentou-lhe também, dando um abraço.
- Eu dou-te o meio-metro! Mas está bem, hoje estou demasiado feliz para me chatear contigo. - soltaram-se do abraço e Daniela ficou do lado de Joana - Bem eu quero-te apresentar a minha melhor amiga.
- E estás à espera do quê? - perguntou-lhe e Daniela desviou-se um pouco deixando-os frente-a-frente.
- Bem Joana, este feio aqui é o Eduardo, mas podes tratá-lo por Dudu que ele deixa. - riu-se e apontou para ele - E Dudu, esta é a Joana, mais conhecida por Juca. - sorriu e apontou também para ela.
Eduardo e Joana trocaram um olhar intenso, e ele ficou completamente vidrado nos olhos dela, mas pouco depois voltou a despertar-se para a vida.
- Olá Juca. - cumprimentou-lhe meio sem jeito, e deu-lhe dois beijos no rosto.
- Olá. - retribuiu ela um pouco mais envergonhada e sorriu levemente.
- Que fofinhos. - gozou Daniela apercebendo-se do clima que se tinha instalado - Agora vamos comer que eu tenho fome, e ainda quero tratar do meu bronze. - riu-se e dirigiu-se para uma mesa vazia na esplanada onde se sentou de seguida.
Eduardo e Joana vieram atrás dela a rir-se ligeiramente. Joana sentou-se do lado de Daniela e Dudu de frente para ela.
- O que querem comer? - perguntou Eduardo.
- Não sei. O que me sugerem? - perguntou Juca fazendo um sorriso radioso, que fez estremecer Eduardo.
Daniela e Dudu trocaram um olhar cúmplice e sorriram.
- Esparguete à bolonhesa! - disseram em uníssono, pois era o prato preferido de ambos.
- Então pode ser isso. - concordou Joana rindo-se.
- E três colas? - sugeriu Dudu.
- Sim. - responderam.
Entretanto Vasco estacionava o seu carro no estacionamento da praia onde sabia que o seu irmão tinha vindo. Assim que saiu do carro e começou a caminhar pela passadeira de madeira e se aproximou do bar onde vários grupos de pessoas conversavam e almoçavam animadamente um pouco distantes uns dos outros, avistou rapidamente Eduardo e Daniela, com outra rapariga que ele não conhecia. Dirigiu-se então para junto da mesa deles visto que sabia que ia encomodar Daniela, o que lhe agradava bastante.
Eduardo fez sinal ao empregado para que viesse à mesa, e ao mesmo tempo que ele se dirigia até eles, Vasco chegou também, sempre muito animado.
- Olá pessoal. - cumprimentou-os o empregado que era bastante jovem, e conhecido de Eduardo e Daniela.
- Então malta, com'é que é? - cumprimentou-os Vasco e sentou-se ao lado de Dudu ficando de frente para Daniela.
- Tipo, quem é que te disse que podias juntar a nós? - perguntou Daniela um pouco chateada.
- Calma miúda. Não posso, é? - perguntou-lhe sarcasticamente o que lhe irritou bastante.
- Não! - respondeu visivelmente contrariada.
- Acalmem-se lá. Não começem! - pediu Dudu.
- Vamos comer... Sem problemas. - disse Juca, pois ela também já tinha percebido que Daniela não gostava mesmo de Vasco.
- Já pediram? - perguntou Vasco com um ar vencedor.
- Ainda não. - respondeu Daniela friamente.
- Então o que vai ser? - perguntou-lhes o empregado.
- São três esparguetes à bolonhesa e três coca-colas. - pediu Eduardo - E tu Vasco, o que queres?
- Pode ser isso também. - respondeu descontraidamente.
- Então são quatro. - corrigiu Eduardo.
- Eu trago já. - disse o empregado educadamente.
- Obrigada. - agradeceu Daniela sorrindo enquanto o empregado se retirava.
- Então... Quem é essa loiraça linda? - perguntou Vasco a olhar para Joana.
- Tu não te cansas?! Já não tens miúdas que cheguem?! - perguntou Daniela irritada.
- Tem calma, miúda. Só perguntei porque nunca a tinha visto por aqui. - justificou-se calmamente.
- Eu sou a Joana. - apresentou-se para acalmar o clima que se tinha instalado.
- Olá! Eu sou o Vasco. - sorriu e Juca retribuiu.
- Então Juca, moravas onde? - perguntou Eduardo.
- Em Paris. - esboçou um sorriso nervoso.
- Vous parlez francais? - perguntou-lhe Dudu em tom de brincadeira.
- Un petit peu, mais pas beacoup. - respondeu alinhando na brincadeira.
- Elle n'aime pas les français. - juntou-se também Daniela, tentando abstrair-se da presença de Vasco.
- E se vocês falassem português para eu entender? - ripostou Vasco completamente alheio à conversa.
- Se não fosses burro percebias! - disse Daniela chateada.
- Mas tu pensas que estás a falar com quem, miúda? - perguntou-lhe elevando um pouco o tom de voz.
- Com um idiota que tem a mania que é bom! E pára de me chamar miúda que eu não te conheço de lado nenhum! - ordenou exaltada.
- Mas qual é o teu problema?! - perguntou suspirando.
- Tu! - respondeu elevando novamente o tom de voz.
- Epá, vocês importam-se?! Crianças! - refilou Eduardo, encomodado com a situação.
- Ela é que começou. Trata-me sempre assim! - culpou-lhe Vasco chateado.
- Que cavalheiro que tu és! - ironizou Daniela revirando os olhos.
Entretanto o empregado chegou com os seus pedidos, e logo de seguida retirou-se e começaram todos a comer.
- Então Joana, o que estavas a fazer em Paris? - perguntou-lhe Vasco.
- A minha mãe morreu e eu fui para lá viver com o meu pai. - o seu sorriso desvaneceu-se por momentos, mas recompôs-se de seguida.
- Ah, desculpa... Eu não sabia. - pediu Vasco visivelmente atrapalhado.
- Não tens de pedir desculpa. - esboçou um pequeno sorriso.
- Estás a gostar da comida, Ju? - perguntou-lhe Dudu para mudar de assunto.
- Sim, muito. - um sorriso iluminou-lhe o rosto.
Continuaram a comer e a falar alegremente. Eduardo não conseguia tirar os olhos de Joana, e Vasco e Daniela continuavam a picar-se. Quando terminaram, pagaram e decidiram ir à praia. Esticaram as suas toalhas e Juca sentou-se na dela. Seguidamente Eduardo tirou a sua camisola e sentou-se na sua toalha ao lado da de Juca. Daniela despiu o seu vestido, e Vasco estava com os olhos fixos no seu corpo.
- Perdeste alguma coisa? - perguntou Daniela chateada e um pouco constrangida.
- Não. - respondeu acordando do seu transe - Mas não achas que devias de fazer uma dieta? - perguntou num tom provocador, tentando disfarçar realmente o seu motivo por estar a olhar para ela.
- Vai-te lixar, estúpido! - sentou-se na tua toalha irritada e ele riu-se.
Vasco despiu a sua camisola e por breves segundos os olhos de Daniela prenderam-se no seu corpo, mas rapidamente umas mãos a agarralhar-lhe por trás dele atrapalhou-lhe a visão.
- Olá lindo! - cumprimentou-o uma rapariga muito bonita.
Ele virou-se ficando de frente para ela, e agarrou-lhe na cintura puxando-a um pouco contra si, o que fez com que Daniela ficasse chateada.
- Olá meu amor. - disse num tom sedutor.
- Não queres ir dar um mergulho comigo? - perguntou-lhe a rapariga com um sorriso matreiro.
- Eu depois vou. É que agora estou a falar com o pessoal, gata. - recusou continuando com o mesmo tom de voz.
- 'Tá bem, mas depois sabes onde me podes encontrar. - piscou-lhe o olho.
"Que rapariga mais fácil", pensou Daniela revirando os olhos.
- Claro, bebé. - largaram-se e a rapariga correu em direcção ao mar.
- Tu naõ tens imenda. - contestou Eduardo, enquanto Juca se ria timidamente.
- Epá, a miúda até é boa mas é muito colas. - disse Vasco a rir-se.
- Tu és tão otário. - desabafou Daniela.
- E tu tens a mania da perseguição! - Vasco deitou-se na toalha mas continuou a olhar para Daniela.
- Vocês são tão chatos! Não se cansam? - refilou Joana.
- Ela é que é infantil. - justificou Vasco provocando-a.
- Morre, pá! - disse Daniela sem pensar.
- Até morria mas depois sentias a minha falta. - continuou a provocá-la enquanto Joana e Eduardo se riram.
Daniela não lhe respondeu, limitou-se a pensar "que idiota que ele é", e estendeu a sua toalha a apanhar sol, enquanto Joana e Dudu conversavam alegremente e Vasco mexia no telemóvel. Algo lhe dizia que aquela "bela" tarde não ia ficar por ali...

Apresentação das personagens

Daniela Gonçalves - Tem 19 anos e vai frequentar o segundo ano de jornalismo. Tem um feitio difícil, às vezes é um pouco envergonhada. Tem os pés bem acentes na terra, não se ilude facilmente. Detesta confusões e barulho. É muito independente e protectora. É muito dona do seu nariz e detesta que lhe dêem ordens. É inteligente e muito estudiosa. É orgulhosa, teimosa e não dá o braço a torcer. Não se apaixona facilmente e não é fácil de se conquistar. Gosta de ficar no seu mundo sem ninguém a chateá-la. Tem uma excelente relação com os pais, que são pessoas fenomenais. Tem 1,70 m, um corpo normal, não é nem magra nem gorda. Tem os cabelos castanhos escuros e compridos, e tem uns olhos verdes expressivos. É muito bonita. Vive com os seus pais e com a sua melhor amiga Joana.


Joana Cardoso - Tem 18 anos e vai fazer o primeiro ano na Universidade Técnica de Dança em Lisboa. Ama dançar e é muito sonhadora. Tem medo de sofrer e de confiar nas pessoas. É muito carente e não tem bem a noção do que é a vida. Perdeu a mãe há 1 ano. É engraçada e tem um sorriso muito característico. Tem como ídolo a sua melhor amiga Daniela. É loira e tem uns grandes olhos azuis que não passam despercebidos a ninguém. Já sofreu por amor e desde aí não quer ter mais relações amorosas. Sente muito a falta da sua mãe. É afilhada dos pais de Daniela. Tem um corpo bonito e presa as suas curvas. Tem 1,65 m, adora futebol e é uma benfiquista ferranha. Vive com a Daniela e com os pais dela. O seu pai mora em Paris.


Vasco Martins - Tem 21 anos, é o irmão mais velho de Eduardo e vai acabar o seu curso de artes visuais. É muito criativo, simpático e engraçado. É muito bonito e desejado por muitas raparigas. É um grande conquistador, nunca se apaixonou de verdade e é um arrasa corações. Tem o cabelo para o lado, e os seus grandes olhos castanhos-avelã tornam-no num verdadeiro galã. É muito feliz e rebelde. É dono do seu nariz e não recebe ordens de ninguém. A única pessoa a quem ele dá ouvidos é ao seu irmão. Tem um corpo perfeitamente esculpido e faz sucesso com os seus 1,80 m. Vive com o seu irmão.


Eduardo Martins - Tem 19 anos, é o irmão de Vasco e vai frequentar também o segundo ano de jornalismo. É bastante paciente e tem um óptimo sentido de humor. É romântico, dizem que é um dos seus traços de personalidade. E ao contrário do seu irmão não é mulherengo, quando gosta de uma rapariga gosta mesmo. Adora festas e sair com os amigos. Ele e o irmão são muito chegados. É bonito, tem olhos cor de mel e um sorriso que derrete muitas raparigas. É persistente e luta sempre pelo que quer. Tem um corpo definido e é muito feliz com os seus 1,75 m.